Artista ou Cientista?
Deixem-me dizer
uma coisa “todo artista é um cientista, e todo cientista é por natureza um
artista” pelo menos os verdadeiros! Seja ele um doutor ou um analfabeto, o fato
é que não se pode desassociar que para a arte é preciso criatividade e para
ciência é preciso conhecimento, mas criatividade exige adquirir conhecimento, e
ciência sem criatividade é algo impensável.
A maior evolução
que tivemos desde nossos antepassados Australopitecos
Afarensis, ao Homo Sapiens, se
deu nos lóbulos frontais laterais, algo tão extraordinário que nos permitiu compreender
e abstrair toda a complexidade de nossas relações sociais, entretanto
continuamos animais, mas nos diferenciamos dos demais. Isso graças a uma
peculiaridade chamada “Aprendizagem colateral” na minha humilde opinião um
passo evolucionário dentro da própria espécie humana.
O fato é que quem
se enquadra neste perfil de aprendizagem colateral, esta fardado a viver na
dualidade da genialidade e loucura, e ser o orgulho ou o temor dos professores,
orgulho porque vai aprender sempre um pouco a mais do que o professor ensina, e
o temor por que vai aprender sempre um pouco mais, o que muitas vezes não terá
nada a ver com a disciplina...
A alguns anos
atrás li sobre a vida de Albert
Einstein, e por mais incrível que pareça quando ele era criança os seus
professores chegaram a sugerir aos pais dele que Einstein, poderia ter
dislexia, pois tinha uma dificuldade enorme de aprender matérias que
necessitava de decorar, e quase sempre tirava notas baixas nestas matérias mas
sempre aprendia coisas que os professores não ensinavam. neste ponto me
identifico muito ao Albert Einstein, odeio ter que decorar alguma coisas ou ser
obrigado a ler algum autor chato e sem criatividade (É nota baixa garantida!!!)
Ao
longo da minha vida escolar e universitária, creio que nunca aprendi somente o
que o professor ensinava (Não que eu tenha aprendido tudo), mas é que sempre eu
relacionava o que estava aprendendo com algo mais interessante, um bom exemplo
do que eu estou falando aconteceu quando estava fazendo medicina veterinária,
durante uma aula de anatomia estava analisando um fêmur de boi e sendo obrigado
a decorar todas as estruturas daquele osso (Ah. Se você pensa que um fêmur é só
um osso, é porque não sabe que num fêmur tem
um monte de estruturas como Cabeça do Fêmur, Fóvea da cabeça do Fêmur,
Colo do fêmur, Trocanter maior, Trocanter menor , Crista intertrocantérica,
Corpo do Fêmur, Linha áspera, tuberosidade glútea, Face poplítea, Côndilo
medial, Epicôndilo medial, Côndilo lateral, Epicôndilo lateral, Face patelar,
Fossa intercondilar. E isso tudo sem falar dos outros ossos).
Mas
continuado, ao analisar aquele osso com todas estas informações para aprender,
o que realmente despertou minha curiosidade foi o fato de como o osso estava
limpo, curioso perguntei a minha professora como eles faziam a limpeza, ela sem
demonstrar muito interesse me disse que usava peroxido de hidrogênio. Vendo que
não iria tirar mais nada dela me dei por satisfeito naquele instante, passado
alguns meses estava desta vez no laboratório de microbiologia fazendo um
experimento com bactérias gram positivas e observando uma reação de catalase,
resultado! Com o conhecimento colateral adquirido na anatomia e observando a
catalase, formulei uma nova técnica para fazer exames de parasitologia, no dia
seguinte contei a ideia para meu professor de parasitologia, fizemos os
primeiros testes, para minha surpresa a experiência foi um sucesso, e assim
inventei a técnica de Marques (minha técnica).
Na
geografia não foi diferente, no ano passado durante as aulas de climatologia,
cheguei a conclusão que aquecimento global não existe, embora as informações
que temos nos levem a crer que estamos vivendo um período de aquecimento, no
entanto graças a aprendizagem colateral eu percebi que as coisas não são bem
assim! Para tanto já estou trabalhando num artigo cientifico que prova que o
aquecimento global não passa de um mito (E não sou o único que já chegou nesta
conclusão, e em breve você também vai rever seus conceitos!).
Ainda
na geografia tenho encontrado um campo fértil para a aprendizagem colateral,
afinal a geografia tem se mostrado um excelente exercício para minha capacidade
cognitiva, de tal que enquanto aprendo as disciplinas normais do curso,
colateralmente venho desenvolvendo minhas habilidades em produção de imagens em
3d e relacionado com a geografia, recentemente
percebi que juntando todos esses conhecimentos como geografia, biologia
paleontologia, medicina, artes e animação poderei fazer jogos em realidade
virtual (Que alias já estou trabalhando). No futuro quem sabe meus jogos
poderão ser materiais de uso em sala de aula por professores e alunos afinal
aprender brincando com um jogo e bem mais divertido que o método tradicional...
E
se não acredita nisso segue duas bibliografias que ilustram muito bem tudo o
que eu disse, recomendo que leiam, especialmente quem gosta de jogos e
educação...
Bibliografia:
JOHNSON, Steven. Surpreendente!: a televisão e o videogame nos
tornam mais inteligentes. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005
HUIZINGA, Johan. Homo ludens: o jogo como elemento da cultura. São Paulo: Perspectiva, 2001.
Ricardo Marques.